sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Soja… Inimiga ou Aliada?

Soja pode afetar fertilidade do homem

O consumo diário de meia porção de produtos de soja reduz a concentração de esperma e pode afetar a fertilidade dos homens, principalmente dos obesos, segundo um estudo publicado pela revista “Human Reproduction”.

“Houve muito interesse no estrogênio e nas isoflavonas em particular, e sua possível relação com a fertilidade e outros transtornos reprodutivos”, afirmou o pesquisador Jorge Chavarro, do departamento de Nutrição na Escola de Saúde Pública de Harvard (Estados Unidos).

No novo estudo, Chavarro afirma que não está muito clara a relação entre a soja e a contagem de espermatozóides, mas acredita que o grão aumenta a atividade de estrogênio, hormônio que pode ter efeito negativo sobre a produção de gametas masculinos. “É muito cedo para dizer que não se deve consumir alimentos à base de soja. Por enquanto, não se deve se preocupar sobre se está consumindo muita soja. Não há informação suficiente para afirmar isso de maneira conclusiva”, disse.

Para o estudo, Chavarro e seus colegas colheram dados sobre 99 homens que fizeram exames em uma clínica de fertilidade. A esses homens perguntou-se quanto tinham consumido de 15 alimentos de soja nos últimos três meses. A lista inclui tofu, embutidos de soja, toucinho e hambúrgueres de soja, leite de soja, queijo, iogurte, sorvete e outros produtos.

A equipe de Chavarro descobriu que os homens que tinham consumido mais alimentos de soja tinham 41 milhões de espermatozóides a menos por mililitro de sêmen do que os que não consumiam o grão. A contagem normal de espermatozóides está entre 80 milhões e 120 milhões por mililitro.

Além disso, os pesquisadores concluíram que a relação entre soja e concentração de esperma era maior nos homens com excesso de peso e nos obesos, já que estes produzem mais estrogênio que os homens mais magros, e a soja poderia aumentar ainda mais esses níveis de estrogênio, destacaram.

POST ATUALIZADO COM O TEXTO ACIMA EM 30/09/2009 – INÍCIO DO ARTIGO ORIGINAL ABAIXO:

O LADO BOM…

A soja é um dos mais antigos produtos agrícolas que a humanidade conhece. Os primeiros dados escritos sobre sua cultura remontam há 5.000 anos, quando Shen-nung (imperador chinês) mencionou em seu livro classificando-a entre as cinco plantas consideradas sagradas na época.

No Brasil, os grãos de soja teriam sido trazidos pela primeira leva de imigrantes japoneses em 1908, escondidos em cestos feitos com varas de salgueiro, sendo plantados nos quintais para a produção caseira de missô. Na década de 70, o Brasil conheceu uma grande expansão do cultivo da soja no cerrado, em função da injeção do capital japonês no setor, resultante da proibição da exportação de soja para o Japão imposta pelo governo norte-americano. Hoje em dia são conhecidos milhares de variedades da leguminosa. Atualmente o Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo, sendo a maior parte para exportação.

Soja

A soja é considerada um alimento funcional porque além de funções nutricionais básicas, produz efeitos benéficos à saúde, reduzindo os riscos de algumas doenças crônicas e degenerativas. Sob o aspecto nutricional a soja é rica em proteínas de boa qualidade (possui de 35 a 40% proteínas de alto valor biológico – contendo os 10 aminoácidos essenciais em teor adequado, exceto a metionina) eliminadoras de radicais livres por conterem poderes antioxidantes, possui ácidos graxos poliinsaturados (essenciais ao organismo por conter ômega 6 – ácido linoléico – e ômega 3 – ácido linolênico).e compostos fitoquímicos como: isoflavonas, saponinas, fitatos, dentre outros. Também é uma excelente fonte de minerais como: cobre, ferro, fósforo, potássio, magnésio, manganês, enxofre, cloro e vitaminas como A, C, E além do complexo B.

O FDA (Food and Drug Administration), órgão que regulamenta a produção de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, recomenda a ingestão diária de 25g de proteína de soja, que corresponde à aproximadamente 60g de grãos de soja, para o controle dos níveis de colesterol e triglicerídeos reduzindo, assim, os riscos de enfarto, trombose, aterosclerose e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Soja

Como a soja é um alimento calórico-protéico, uma ingestão em grande quantidade pode provocar aumento do peso corporal dependendo, é claro, do metabolismo de cada pessoa. A soja possui 395 calorias por 100 g de grãos enquanto o arroz tem 364 calorias, o feijão 344, o grão de bico 364, a lentilha 340 e a ervilha 343.

O LADO DARK…

Após décadas de estudos, o comitê nutricional da Associação Americana encontrou poucas evidências de que a soja reduza significativamente o colesterol, como tem sido divulgado. Uma grande quantidade de proteína de soja até pode diminuir o LDL colesterol em pequena porcentagem, mas não traz nenhum benefício em relação ao HDL (bom colesterol), triglicerídeos, lipoproteínas ou hipertensão. Para melhorar o colesterol, exercícios cardiovasculares diários e dieta pobre em alimentos refinados, que mantêm a insulina baixa, ainda são o mais indicado.

A Associação Americana de Cardiologia também expõe suas conclusões:

* Ao contrário do que se acreditava isoflavonas de soja não previnem câncer de próstata, seio e útero;
* Proteínas de soja e isoflavonas de soja não suaviazam os sintomas da menopausa;
* São questionáveis os benefícios da soja na prevenção da osteoporose.

Também são grandes os efeitos adversos da soja na absorção de nutrientes que comprometem a saúde, como o ácido fítico. A fermentação torna a soja menos agressiva (molho de soja, missô, nato), mas não espere milagres. Se puder, evite:

* tofu;
* leite de soja;
* proteína texturizada vegetal de soja;
* iogurte e sorvete com soja;
* proteína de soja.

O lobby da soja argumenta que os japoneses comem grandes quantidades de soja e, como resultado, têm baixos índices de câncer de seio, útero, cólon e próstata.

Soja

Este é o grande mito sobre o qual se constrói a idéia de que soja é saudável. Em primeiro lugar, os japoneses não consomem tanta soja; um estudo de 1998 mostrou que um homem japonês típico ingere cerca de 8 g (2 colheres de sopa) por dia, nada semelhante aos 220 g que um ocidental consumiria comendo um pedação de tofu e dois copos de leite de soja.

Em segundo lugar, embora os japoneses tenham índices menores de câncer no aparelho reprodutor, pensa-se que isso se deve a outros fatores dietéticos e de estilo de vida: eles comem menos carnes gordurosas, mais peixe e vegetais e menos comidas processadas e enlatadas do que numa dieta ocidental típica.

Finalmente, os asiáticos têm níveis muitos mais altos de câncer na tireóide e no aparelho digestivo, incluindo câncer de estômago, pâncreas, fígado e esôfago.

Os principais produtos hoje no mercado à base de soja são: tofu, nattô, missô, shoyu, kinako, dentre outros. E ai…vai encarar?!

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